A Síndrome Musculoesquelética da menopausa

É comum que mulheres com mais de 40 anos procurem um reumatologista suspeitando de doenças reumatológicas graves ou deformantes. Embora seja essencial excluir essas possibilidades, também é importante considerar causas hormonais, como a síndrome musculoesquelética da menopausa. Um artigo inovador publicado em 2024 no periódico Climatéric introduziu esse termo, destacando a relação entre a queda do estrógeno e uma ampla gama de sintomas musculoesqueléticos, que afetam articulações, ossos, tendões e músculos, atingindo até 70% das mulheres no climatério.

As principais manifestações relacionadas a esta Síndrome são:

  • Dores articulares (artralgia): frequentemente sem alterações estruturais visíveis, mas incapacitantes.

  • Perda de massa muscular (sarcopenia): reduz força e aumenta o risco de quedas e fragilidade.

  • Osteoporose: queda na densidade óssea, aumentando o risco de fraturas.

  • Progressão da osteoartrite: alterações no colágeno e matriz da cartilagem.

  • Lesões em tendões e ligamentos: maior risco de rupturas e condições como capsulite adesiva.

Os possíveis mecanismos envolvidos são:

  • Inflamação: a falta de estrógeno aumenta a liberação de citocinas pró-inflamatórias, exacerbando a dor e o desgaste articular.

  • Sarcopenia:  a redução de células-tronco musculares e piora no metabolismo energético afetam a regeneração e força muscular.

  • Fragilidade óssea: o estrógeno regula a densidade mineral óssea; sua queda leva a um desequilíbrio entre formação e reabsorção óssea.

  • Alterações na cartilagem: o impacto direto do estrógeno na preservação da matriz extracelular se reduz, contribuindo para o desgaste articular.
    A síndrome musculoesquelética da menopausa tem impacto devastador na qualidade de vida e funcionalidade das mulheres. Reconhecê-la possibilita, como médicos, implementar intervenções personalizadas que reduzam o sofrimento e previnam complicações graves, como fraturas e incapacidades funcionais no futuro. A terapia de reposição hormonal, feita de forma correta e orientada pelo ginecologista, associada à prática regular de exercícios e ao uso de suplementos como a creatina,  que são ferramentas fundamentais no combate a esse quadro.

Aqui o link do artigo citado:

Dra. Fernanda Lima
CRM: 62.333
@‌fefarlima
Reumatologista e Médica do Esporte da Clínica Move

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