Esporte e função renal: o que o atleta precisa saber para cuidar melhor da sua saúde renal.

Os rins são órgãos extremamente importantes, mas também muito negligenciados. Eles têm a função de excretar o excesso de água e metabólitos do organismo, de ajustar o pH, contribuindo para a manutenção da nossa homeostase e regulação da nossa pressão arterial. Eles são responsáveis pela excreção de metabólitos como creatinina e ácido úrico, bem como medicamentos e produtos químicos ingeridos no dia a dia.

Os rins também secretam hormônios, como a eritropoetina e a vitamina D, que também participam em inúmeras funções no organismo. Portanto, é inquestionável a importância de se preservar a saúde desse órgão.
Os esportes de endurance desafiam muito a função renal. Durante o exercício, a perfusão sanguínea é desviada para os músculos em ação. Esse “roubo sanguíneo” leva a uma redução do fluxo para os rins. Os glomérulos (unidades funcionais nos rins) ficam mais permeáveis e há um aumento da perda de hemoglobina e proteínas pela urina. No conjunto, essas alterações levam a uma situação de hipóxia (ou baixa oxigenação) para as células renais, aumentando o risco de lesão tecidual local.

Em treinos e provas longas, o atleta fica sob risco de se desidratar, o que piora mais ainda o fluxo renal já reduzido.
Adiciona-se ao que foi descrito acima, em situações de desgaste extremo, pode ocorrer uma situação chamada rabdomiólise, que é uma quebra maciça de fibras musculares. A rabdomiólise leva a um acúmulo de mioglobina (proteína muscular) nos rins, contribuindo com uma imensa sobrecarga para um órgão que, nessa situação de exercício intenso e prolongado, já está trabalhando no seu limite.

Um estudo prévio com maratonistas publicada na revista médica Nefrology (DOI 10.1111/j.1440-1797.2010.01354.x) mostrou que até 40% dos participantes apresentam uma creatinina aumentada, compatíveis com insuficiência renal aguda, no final de uma prova! Esses valores se normalizam em até 24h, como aparece na figura acima, mas ainda não se sabe o impacto tardio de episódios repetidos dessa carga de estresse renal.

Em modalidades com maratona e triatlo, é comum o atleta se medicar com antiinflamatórios com o objetivo de tolerar a dor do esforço ou evitar que uma lesão “atrapalhe” a prova. Essa estratégia não é recomendada e deve ser desaconselhada, pois os antiinflamatórios podem promover mais redução de fluxo sanguíneo renal já provocado por fatores mencionados acima, deixando esse atleta ainda mais exposto a uma falência renal aguda.

Portanto, para manter os rins saudáveis, é importante que o atleta faça a avaliação periódica da sua função e filtração renal com o seu médico do esporte ou clínico (com exames laboratoriais de sangue e urina); que evite uso de antiinflamatório durante situações de esforço extremo e/ou prolongado (exceto se recomendado e monitorado pelo seu médico); que mantenha uma hidratação ajustada (nem hiperhidratando e nem se desidratando) durante as provas.

Dra. Fernanda Lima
CRM: 62.333
@fefarlima
Reumatologista e Médica do Esporte da Clínica Move

Existe como treinar a atenção dos atletas recreativos e profissionais?

A atenção é uma das capacidades cognitivas e ela pode ser treinada.

Existem 4 tipos Essenciais de Atenções  que podem afetar a performance ou mesmo aumentar os riscos de lesões  ostemioarticular em atletas recreativos ou competitivos.

São elas:

Atenção Sustentada

Capacidade de manter a atenção durante a atividade continua. Exemplo: o atleta estar focado durante toda a explicação tática do técnico.

 

Atenção Seletiva

Possibilita realizar uma tarefa na presença de estímulos distratores. Exemplo: o atleta não se distrai com informações irrelevantes,  como a torcida.

 

Atenção Dividida

Capacidade de dividir o foco em estímulos simultâneos. Exemplo: o atleta presta atenção em mais de uma  informação, como um atacante driblando o adversário e procurando um parceiro para fazer o passe.

 

Atenção Alternada

Permite executar tarefas que exijam mudanças rápidas no repertorio de respostas. Exemplo: um jogador de vôlei prestando atenção ora nas jogadas do adversário, ora nos passes do seu time.

 

É evidente que para trabalhar com cada um dos aspectos apresentados relacionados com a atenção em uma determinada situação tempos que considerar o modo como cada atleta lida, e, assim, um panorama geral cognitivo é um diferencial para determinar exercícios mais direcionados e adequados. Existem métodos para esta avaliação da cognição e, particularmente, da atenção,  assim, conseguimos verificar se ela está diminuída ou adequada. Depois da avalição os  exercícios são propostos para aumentar a atenção, o e consequentemente melhorar a performance e diminuir o risco de lesões.

Dra. Marina Cecchini – Psicóloga da Clínica Move @marina_cecchini_psicologa

Dra. Ana Lucia de Sá Pinto – Pediatra e Médica do Exercício e Esporte da Clínica Move @analuciadesapinto

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