O que é Tratamento com Toxina Botulínica?

A Síndrome miofascial é uma causa frequente de dor crônica e caracteriza-se por uma contratura muscular sustentada, com a presença de pontos musculares dolorosos à palpação, chamados de pontos gatilhos.

Geralmente ocorre pelo estresse excessivo sobre os músculos como: movimentos repetitivos; erros de postura; falta de condicionamento físico; distensão muscular; sobrecarga mecânica e estresse emocional. É muito comum nos dias de hoje pelo tempo excessivo nos computadores ou smartphones, e por práticas de atividade esportivas incorretas.

A base do tratamento é a correção postural e um trabalho de força e resistência muscular adequados, porém, muitas vezes as medidas medicamentosas  e procedimentos médicos (como o agulhamento) também são necessários.

A primeira escolha no tratamento da Síndrome  Miofascial  é o agulhamento do ponto gatilho. Esse é um procedimento feito exclusivamente pelo médico, rápido e seguro, realizado no consultório e extremamente efetivo. Trata-se da quebra mecânica da contratura muscular com a ação da agulha e traz a vantagem do menor uso de medicações orais.

Outro recurso no tratamento desta síndrome dolorosa é a aplicação da toxina botulínica.  A toxina botulínica é uma boa opção terapêutica, reduzindo a hiperatividade muscular e interrompendo o ciclo espasmo-dor. Estudos recentes, sugeriram que a neurotoxina pode agir de duas formas: primeiro, com suas ações neuromusculares, inibindo a liberação de acetilcolina o que reduz as contrações musculares; segundo, com a supressão da secreção de agentes pró-inflamatórios que modulam diretamente a transmissão da dor. Também realizado em consultório, sem a necessidade de nenhum preparo prévio, é um procedimento relativamente simples porém de indicação precisa e técnica especializada, também feito exclusivamente pelo médico.

Dra. Milene Ferreira
Fisiatra e Geriatra da Clínica Move

O que é Ventosaterapia?

A ventosaterapia é uma técnica milenar de medicina alternativa que emprega ventosas. A técnica consiste em acender líquido inflamável dentro de copos redondos de vidro. Uma vez que a chama se apaga, forma-se um vácuo parcial no interior do copo. A diferença entre a pressão interior e exterior acaba por gerar uma força de sucção, estimulando o fluxo sanguíneo e deixando os círculos vermelhos, que desaparecem entre três e quatro dias.

Não existe um consenso na literatura sobre o beneficio dessa técnica, mas os atletas recreativos e competitivos relatam melhora das dores musculares e recuperação da fadiga pós treino  e competições.

 

Daniela Imoto
Fisioterapeuta da Clínica Move

O que é RED-S?



Saiba como essa síndrome pode afetar a performance e saúde de um atleta

A tríade da atleta feminina é uma síndrome conhecida pelos  Médicos do Esporte e técnicos, e se caracteriza por uma combinação de baixo aporte energético, ausência de menstruação e enfraquecimento do tecido ósseo, que pode levar a osteoporose. No entanto, de acordo com um consenso médico mais recente,  a tríade hoje é considerada apenas uma pequena parte de um problema maior, conhecido no meio científico como RED-S.

Relative Energy Deficiency in SportRED-S é o desequilíbrio  entre o aporte calórico necessário e o gasto energético durante a prática de esporte.

Essa síndrome não distingue gênero feminino ou masculino, e acontece porque muitas vezes o atleta acredita que vai melhorar a sua performance se conseguir baixar o seu peso, por meio de uma restrição alimentar aliada  a aumento no volume de treino.  Esse padrão acaba gerando um efeito oposto, já que a  RED-S provoca um comprometimento da saúde e performance a curto e  longo-prazo. Atletas que tem baixa disponibilidade energética podem desenvolver:

  • deficiências nutricionais
  • alterações hormonais (como a ausência de menstruação)
  • fadiga crônica
  • maior risco de infecções
  • diminuição da capacidade aeróbia e força muscular
  • redução da coordenação motora do gesto motor
  • alterações do sono

A manutenção crônica dessa deficiência energética implica também em alterações tardias no sistema cardiovascular (por alteração dos lípides e disfunção do endotélio – a parede dos vasos), na redução da síntese proteica, osteoporose e lesões nos tendões e músculos

Portanto, alguns pontos devem ser bem claros para os atletas profissionais e recreativos para evitar o surgimento da RED-S:

  1. A falta da menstruação na atleta feminina NÃO é uma situação normal de treino, pode ser um primeiro sintoma da síndrome RED-S.
  2. Se o volume de treino aumenta durante a temporada, o aporte energético também deve subir, para se manter um balanço energético adequado.
  3. Atenção para treino exagerado e contínuo, sem fases regenerativas.
  4. Cuidado ao se perseguir um biótipo ideal para melhorar a performance. Muitas vezes o peso absoluto final não pode ser o principal fator determinante da performance. A perda de peso excessiva pode implicar em perda de força e, consequentemente, de performance.

Portanto, fique atento ou atenta se o seu rendimento começar a cair de forma inexplicada. Você pode estar iniciando uma Síndrome RED-S.

Saiba Mais, clique aqui e baixe o pdf: 

Dra. Fernanda Lima
Médica da Clínica Move



Quando poderei voltar a praticar o meu esporte?

Você já deve ter perguntado para algum médico ou fisioterapeuta: “Quando poderei voltar a jogar, correr ou a praticar o meu esporte?” Provavelmente, sim!!! Posso afirmar que essa resposta não é nada fácil de ser respondida. Ai, você pensa… Lá vem ele falar de um monte de informação e me confundir mais do que ajudar. Realmente, por ser uma resposta complexa temos muitos fatores envolvidos.

Em 2016 em uma conferencia mundial de reabilitação reuniram-se vários pesquisadores da área e criaram um consenso sobre essa decisão.

https://bjsm.bmj.com/content/bjsports/50/14/853.full.pdf

Nós estamos longe de ter todas as respostas, mas, já estamos organizando critérios claros para organizarmos o seu retorno. E a palavra “CRITÉRIO” é chave nessa decisão. Quando criamos critérios precisos conseguimos que o esportista e o atleta tenham noção em que fase estão e onde querem chegar.

Vamos agora entrar em um ambiente mais técnico da decisão de retorno ao esporte.
Muitas vezes a midia ou nos mesmos nos perguntamos em quanto tempo vamos voltar, e a melhor resposta é “ DEPENDE”. Depende literalmente de você:

  •  Qual o nível de condicionamento você está no momento da lesão?
  • Qual o nível você está no momento da reabilitação?
  • Qual o nível você deseja participar nos esportes?

Esse mesmo consenso traz algumas imagens interessantes para entender que retornar ao esporte é uma fase intermediaria a voltar a ter resultados. Para o médico/fisioterapeuta, para o atleta/esportista e para o treinador retornar pode ter diferentes significados. Você pode querer apenas jogar uma bola de qualquer jeito no final de semana, mas você também pode querer jogar bola e perder peso, melhorar sua força, condicionamento ou até mesmo sua técnica.

Retornar em um menor tempo parece traduzir que o tratamento foi excelente, pode até ser.
Mas hoje em dia temos que verificar se ao longo daquela temporada, que você esta voltando, você teve ou terá outras intercorrências que possam estar associadas a lesão inicial. E essa última dúvida tem uma resposta simples, “SIM” lesões novas ou “relesões” estão associadas as lesões prévias e a reabilitação moderna e de qualidade tenta relacionar tudo isso e minimizar a causa base ou inicial.

Por isso, retornar ao seu esporte para mim, e para a Medicina do Esporte, é aquele momento onde temos a convicção de que você esta apto a desempenhar seu esporte de maneira segura, com menor riscos possível, e se você treinar, se alimentar e descansar adequadamente em pouco tempo seus resultados virão. Boa sorte e bons treinos!

Dr. Felipe Hardt
Medico do Exercício e Esporte da Clínica Move

Cuidados com a saúde

A cardiologista da Clínica Move, Dra. Luciana Janot, participou do programa Canal Livre da Band na semana passada. Alguns dos assuntos abordados foram: a importância dos exercícios físicos e da alimentação para o controle de doenças cardiovasculares, a importância da medicina preventiva antes de iniciar exercícios físicos e problemas cardíacos em crianças.

Confira a entrevista:

Parte 1 – https://noticias.band.uol.com.br/canallivre/entrevista.asp?idS=61974&id=16597053&t=cuidados-com-a-saude-%E2%80%93-parte-1

Parte 2 – https://noticias.band.uol.com.br/canallivre/entrevista.asp?idS=61974&id=16597054&t=cuidados-com-a-saude-%E2%80%93-parte-2

Parte 3 – https://noticias.band.uol.com.br/canallivre/entrevista.asp?idS=61974&id=16597052&t=cuidados-com-a-saude-%E2%80%93-parte-3

Síndrome de Hipermobilidade Articular

Você tem facilidade para colocar as mãos no chão sem dobrar os joelhos? Percebe um alongamento exagerado no seu cotovelo ou polegar? Percebe seus joelhos um pouco voltados para atrás?

Isso pode caracterizar a hipermobilidade articular.

Observada desde a infância (10 a 30% das crianças podem apresentar) pode ser um fator predisponente para dor articular, luxações , entorses frequentes, assim como lesões recorrentes pela prática de atividade física de forma inadequada.

É muito importante reconhecer esta síndrome para que se tenha uma orientação médica especializada quanto aos cuidados na prática de atividade física.  Proteção articular,  fortalecimento específico, treino proprioceptivo, reconhecimento dos limites de sua articulação são as bases do tratamento.

Outros sintomas como fadiga, dor abdominal e ansiedade podem fazer parte do quadro.  Na maioria dos casos os pacientes acabam recebendo diversos diagnósticos sendo que apenas a síndrome de hipermobilidade poderia explicar.

Se você percebe essa mobilidade exagerada, essa frouxidão nas suas articulações busque uma orientação especializada e desde já evite estalar as articulações e hiperalongar. 

Dra. Milene S. Ferreira
Fisiatra e Geriatra da Clínica Move

Tratamento farmacológico para Obesidade

O tratamento da obesidade é complexo e multidisciplinar e tem como alicerce a modificação do estilo de vida, com dieta saudável, aumento da atividade física e mudanças comportamentais. Infelizmente, o percentual de pacientes que não obtêm resultados satisfatórios com medidas conservadoras é alto; nesses casos o uso de medicamentos deve ser considerado.

O tratamento farmacológico deve ser implementado como adjuvante da modificação dos hábitos de vida relacionados com orientações nutricionais para diminuir o consumo de calorias na alimentação e exercícios físicos para aumentar o gasto calórico. O tratamento farmacológico não deve ser usado como tratamento na ausência de outras medidas não farmacológicas, pois não existe nenhum tratamento farmacológico em longo prazo que não envolva mudança de estilo de vida.

Tudo deve ser individualizado, sob supervisão médica contínua e mantido enquanto seguro e efetivo. A escolha do tratamento deve basear-se na gravidade do problema e na presença de complicações associadas. Os medicamentos recomendados para tratamento da obesidade no Brasil devem ser prescritos por médico especialista capacitado e bem informado sobre o produto, considerando os possíveis riscos do medicamento em relação aos potenciais benefícios da perda de peso para cada paciente.

Os medicamentos para tratamento da obesidade não devem ser prescritos durante a gestação e a amamentação. A prescrição de múltiplos princípios ativos para manipulação em uma única cápsula deve ser evitada, pois podem causar interações medicamentosas imprevisíveis por alterar a farmacocinética e a biodisponibilidade dos seus componentes.

Fórmulas contendo associação medicamentosa de substâncias anorexígena entre si ou com ansiolíticos, diuréticos, hormônios ou extratos hormonais e laxantes, também podem ser potencialmente prejudiciais.

É importante determinar metas de perda de peso realistas mas significativas. Embora a perda de peso sustentada de 3% a 5% do peso já possa levar a reduções significativas em alguns fatores de risco cardiovasculares, perdas de peso maiores produzem maiores benefícios.

Uma meta inicial de perda de 5% a 10% do peso inicial em 6 meses é factível. Vale ressaltar que o tratamento farmacológico da obesidade não cura a obesidade, que é uma doença crônica que tende a recorrer após a perda de peso. Por isso, pessoas obesas devem ter contato em longo prazo com profissionais de saúde com experiência no seu tratamento (endocrinologistas, nutricionistas, educadores físicos e psicólogos).

O tratamento farmacológico pode ser mantido mesmo após a chegada ao peso ideal, para evitar o reganho. Após a perda de peso, ocorrem uma série de alterações hormonais e metabólicas que favorecem o aumento do apetite e a redução do gasto metabólico, tornando a fase de manutenção tão ou até mais difícil que a de perda. Ignorar essa fase e suspender precocemente o tratamento pode ser um erro que leve ao reganho de peso.

É importante você procurar um médico endocrinologista para ajuda-lo nesse processo!

 

Dra. Mirela Miranda

Endocrinologista da Clínica Move

PALESTRA: Biomecânica da Corrida – entenda as principais fontes de lesão

INSCRIÇÕES ENCERRADAS!

Para você, corredor, que quer entender quais são os principais erros de movimento durante a corrida e como isso pode influenciar em sua performance e lesão, essa palestra explicará, de forma simples e através de exemplos práticos, qual a biomecânica correta da corrida, fornecendo maior consciência para a prática adequada do esporte.

Público alvo: praticantes de corrida

Inscrição: 1Kg Alimento (arroz, feijão ou macarrão) que serão doados para o Lar Nossa Senhora Aparecida.

Data: 08/12 – 10h às 12h

No dia da palestra terá o sorteio de uma Avaliação Biomecânica!

 

Ministrante: Juliana Thomé Gasparin

Fisioterapeuta graduada pelo Centro Universitário São Camilo, especialista em Reeducação Funcional da Postura e Movimento pelo Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da USP e Mestre em Ciências pelo Programa de Neurociências e Comportamento do Instituto de Psicologia da USP. Atuou como supervisora responsável pelos ambulatórios de Neurologia, Reumatologia, Esporte, Urofuncional e Gastroenterologia dos cursos de especialização em fisioterapia do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da USP, sendo responsável pelas atividades acadêmcas vinculadas aos seus ambulatórios e aos cursos de Reeducação Funcional da Postura e Movimento, Gerontologia e Saúde da Mulher. Também atuou como supervisora da Liga de Reeducação Funcional da Postura e Movimento do HCFMUSP. Atualmente trabalha com avaliação biomecânica funcional e atendimento clínico de pacientes com queixas musculoesqueléticas.

Para dúvidas e maiores informações: juthome21@gmail.com

Clique aqui e conheça mais sobre o Lar Nossa Senhora Aparecida.

O que são Fraturas por Estresse?

As fraturas por estresse representam 20% das lesões por overuse no esporte e representam um importante limitador de performance durante uma temporada de competição de atletas recreativos e profissionais.

            Conceitualmente, a fratura por estresse engloba dois subtipos: as fraturas por fadiga e as fraturas por insuficiência.  Qual a diferença desses subtipos?

 

  • As fraturas por insuficiência são aquelas que acontecem mediante a aplicação de uma carga habitual em um osso frágil ou doente, como nos casos de osteoporose, tumor ósseo ou infecção local. Esse tipo de fratura é visto em indivíduos sedentários ou com doenças crônicas.
  • As fraturas por fadiga, o  osso afetado é saudável, mas sofre diante de uma sobrecarga mecânica ampliada e repetitiva, que não respeita os limites de readaptação fisiológica desse osso. Esse tipo de fratura  é em geral visto nas fraturas por estresse no esporte.

 

E porque essa fadiga acontece?

O osso responde a uma complexa combinação de  estímulos mecânicos de compressão, tensão e torção para produzir mais osso. Esses estímulos geram o que é chamado de  “microcrack” ou microfratura em resposta ao stress.  Essa reação fisiológica estimula as células ósseas locais a sintetizar microtrabéculas saudáveis e reparar a trabécula lesionada.  Esse é um processo contínuo e promove um aumento da densidade do osso,  quando o estímulo é adequadamente imposto, e respeita o ciclo de remodelamento.

            Se o estímulo é excessivo em intensidade ou frequência, há uma quebra nesse processo e o osso sofre uma fratura clínica.  Nesse caso o atleta vai sentir dor local que piora mediante o estímulo físico do gesto esportivo que motivou a lesão.

            Uma vez que o médico do esporte ou ortopedista suspeitam que a lesão possa ser uma fratura de estresse, é fundamental estabelecer o local anatômico, as características e extensão da fratura, e  isso é feito por meio de métodos de imagem.

            Embora a radiografia simples seja um método de fácil acesso para essa situação, nem sempre as fraturas por estresse são detectadas por meio desse método. O método mais sensível e específico utilizado na prática clínica  é a Ressonância Magnética.

            As fraturas por estresse são classificas em baixo risco e alto risco. As de baixo risco apresentam uma ótima evolução,  e são tratadas com retirada da carga excessiva e reabilitação fisioterápica. As fratura alto risco são aquelas que estão instáveis ou desalinhadas, e  que tem propensão para não consolidar e. Em alguns casos essas fraturas precisam ser tratadas com uma imobilização mais prolongada ou eventualmente até com cirurgia.

            Noventa por cento das fraturas por estresse se localizam em quadril e membros inferiores, em especial no tornozelo e pés. Os esportes que mais estão relacionados com esse padrão de lesão são os esportes que utilizam a corrida de longa distância e os deslocamentos com saltos e pulos de repetição.

 

Faz parte do tratamento avaliar se o atleta apresenta fatores de risco para uma nova fratura, como:

  • Revisar o gesto esportivo para ver se existe algum erro na técnica
  • Reprogramar o volume de treinamento esportivo com o treinador
  • Investigar alterações hormonais ou baixo aporte energético

Os itens acima são exemplo de um check list que deve ser revisto antes de liberar o atleta para retomar o seu treinamento.  As atletas que apresentam disfunção menstrual apresentam um risco adicional, pois estão expostas a uma baixa de estrógeno, um importante hormônio de manutenção da saúde óssea.

 

Em geral, o tempo total para a retomada às atividades normais após uma fratura de estresse é de 8-12 semanas, dependendo do esporte e da fratura em questão. Essa volta aos treinos deve ser feita de maneira gradual, com acréscimo monitorado de carga e sempre respeitando a ausência de dor como referencial para progressão.

Dra Fernanda Rodrigues Lima
Reumatologista e Médica do Esporte da Clínica Move

 

Posso correr durante a gravidez?

A gestação é um período importante para a mulher, que de filha passa a ser mãe. Ocorrem adaptações físicas, psicológicas e sociais que acompanham o desenvolvimento fetal. E correr durante a gravidez será uma boa ideia?

Posso correr durante a gravidez?

Se você já corria previamente a gestação e não há complicações gestacionais, sim! Você pode e deve correr durante a gravidez.

Quais adaptações ocorrem na gestante?

O corpo todo se transforma.

Os ligamentos e os músculos tornam-se mais frouxos, permitindo maior flexibilidade no momento do parto, mas essa modificação do tecido conjuntivo pode contribuir para lesões durante a corrida. Há maior risco de entorses do joelho e tornozelo, por exemplo.

O crescimento do útero, da mama e a hiperlordose lombar contribuem para alteração da biomecânica da corrida. Há maior risco de queda. Aumenta a retenção de líquido, o ganho de peso e há maior deposição de gorduras. Pode haver dificuldade para correr em maior velocidade.

O coração acelera-se, aumenta o volume de sangue bombeado e a rápida parada do exercício poderia levar a redução da pressão arterial e até desmaios.

Posso competir?

Embora possa correr durante a gravidez, esse período não é um momento de desempenho, portanto competição apenas na forma participativa, sob orientação e sob autorização do médico do esporte.

Como deve ser meu treino?

O treino deve respeitar o limite físico, psicológico e o condicionamento da corredora.

Recomenda-se que o treino aeróbico como corrida, seja em torno de 150 minutos divididos ao longo da semana, em intensidade moderada, ou seja, que a corredora consiga falar durante o treino.

Importante o aquecimento de 10 minutos antes da corrida e após, resfriar, diminuindo a velocidade progressivamente.

O treino de força deve incluir membros superiores, inferiores, períneo e lombar.

O treino de propriocepção e de equilíbrio deve ser realizado para evitar quedas e traumas abdominais.

O que devo evitar?

Evitar ambiente quente até sexta semana gestacional, por maior risco de má formação no feto.

Evitar também desidratação, por maior risco de contrações uterinas e evitar ainda exercícios de barriga para cima, por maior risco de queda de pressão.

Por que devo me exercitar na gestação?

O exercício físico deve ser prescrito pelo médico. Há benefícios para a mãe e para o filho. Ajuda no controle de peso da mãe e do filho, no retorno ao esporte pós-parto, na diminuição do risco de diabetes e hipertensão gestacional, e na prevenção da depressão. Diminui: o risco de dor pós-parto, a chance de ter parto prematuro, de precisar de cesariana e de desenvolver incontinência urinária no futuro.

Exercitar-se na gestação é um ato de amor a seu filho!

 

Dra. Natália Guardieiro
Médica do Esporte da Clínica Move

 

Texto original: http://runnersworld.com.br/posso-correr-durante-a-gravidez/ 

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