A tireoide é um dos maiores órgãos endócrinos, pesando 15-20g em adultos e está localizada na parte anterior do pescoço. Ela é responsável pela produção e liberação de hormônios importantes para funcionalidade de diversos órgãos como: coração, intestino, músculos, cérebro e rins. Esses hormônios são produzidos a partir de moléculas de iodo e são denominados de T3 (triiodotironina) e o T4 (tiroxina).
As funções da tireoide:
- crescimentoe desenvolvimento de crianças e adolescentes
- controle do peso
- memória e concentração
- regulação dos ciclos menstruais e fertilidade
- humor e controle emocional
O mau funcionamento da tireoide envolve a produção insuficiente dos seus hormônios, denominado Hipotireoidismo, ou em excesso, denominado Hipertireoidismo. Nessas duas situações, o volume da glândula pode aumentar, o que é conhecido como bócio.
A ocorrência do Hipotireoidismo aumenta com a idade, e é mais comum em mulheres que em homens. Os fatores de risco são:
- histórico familiar de doença tireoidiana
- presença de outra doença autoimune
- uso de alguns fármacos
- deficiência ou excesso de iodo na dieta.
A deficiência dos hormônios tireoidianos podem causar:
- fadiga e sonolência
- alteração de pele (seca e fria), enfraquecimento de unhas e cabelos
- perda de memória e depressão
- ganho de peso (aqui lembrando que o hipotireoidismo não é uma causa isolada de obesidade, mas pode contribuir para um ganho ou dificuldade de perda de peso)
- dores musculares e articulares
- diminuição da frequência dos batimentos cardíacos
- constipação
- alterações no colesterol
Algumas crianças podem nascer com hipotireoidismo e para detectá-lo, é realizado o chamado Teste do Pezinho, realizado entre o terceiro e quinto dia de vida do bebê.
No Hipertireoidismo ocorre o oposto, um excesso de produção hormonal levando ao aumento do metabolismo. Dessa forma, observamos:
- emagrecimento
- perda de massa óssea e muscular
- palpitações e arritmias
- tremores e fraqueza muscular
- diarreia
- agitação, irritabilidade, labilidade emocional
- alterações oftalmológicas (exoftalmia)
Além de problemas na sua produção hormonal, pode ocorrer a presença de nódulos nesta glândula. Estima-se que 60% da população brasileira tenha nódulos na tireoide em algum momento da vida, no entanto, apenas 5% são malignos. O reconhecimento de um nódulo na tireoide pode salvar uma vida, por isso a palpação da glândula é fundamental.
O iodo é essencial para o bom funcionamento da tireoide e sua ingesta deficiente ou excessiva pode causar disfunções tireoidianas. As recomendações de ingesta diária de iodo pela Organização Mundial de Saúde (OMS) são de 100-150 µg/dia para a população geral e 250 µg/dia para gestantes e lactantes. A solução de Lugol não deve ser prescrita com o objetivo de suplementar iodo em nenhuma situação. A solução de Lugol 5%, que é composta por iodeto de potássio (10%), iodo elementar inorgânico (5%) e água destilada, contem 2500 µg de iodo em cada gota, ou seja, mais que 10 vezes a recomendação da OMS.
Disfunções na tireoide podem aparecer em qualquer etapa da vida e podem ser diagnosticadas por meio de dosagens hormonais específicas e ultrassonografia. Fiquem atentos se apresentarem as alterações citadas acima. Para o diagnóstico e tratamento de doenças relacionadas à tireoide procure um Médico Endocrinologista.
Dra. Mirela Miranda
Médica Endocrinologista da Clínica Move