A fibromialgia é uma doença bastante comum na prática clínica diária. Caracteriza-se por um quadro de dor generalizada e de longa data. Com certa frequência, associa-se a outras queixas como fadiga e um sono não repousante. Os pacientes podem ainda referir uma variedade de outros sintomas, incluindo sensação de formigamento e inchaço em mãos e pés, alterações na memória, dificuldade na concentração e raciocínio, cólicas no abdome, ansiedade, humor deprimido, irritabilidade, dores de cabeça, tonturas e palpitações.
É uma doença que afeta mais as mulheres, e embora o quadro seja mais comum nos adultos, também pode acometer adolescentes e idosos.
Hoje em dia, define-se a Fibromialgia como um quadro de ampliação da sensibilidade aos estímulos periféricos, e que são interpretados pelo sistema nervoso central como dor. Não existem alterações importantes ao exame físico e os exames complementares (laboratoriais e de imagem) não mostram nenhuma alteração. É importante salientar que fato dos exames estarem normais, não define ausência de doenças.
Diferentes estratégias terapêuticas podem ser utilizadas, tanto medicamentosa como não medicamentosa. Os principais objetivos do tratamento são diminuir a dor e melhorar a qualidade de vida dos pacientes.
O tratamento não medicamentoso inclui seguimento em conjunto com psicoterapeutas e exercícios físicos. O pacientes podem e devem fazer atividades aeróbias, alongamentos e fortalecimento muscular global. Para o tratamento medicamentoso, pode-se utilizar analgésicos, relaxantes musculares, antidepressivos e modulares da dor, com intuito de reduzir a dor e a fadiga, e melhorar o padrão do sono.
Um dos grandes desafios diante das queixas e dos sintomas presentes é o reconhecimento da doença. O fato de não se pensar no quadro clínico (e também de outras doenças que podem co-existir ou até mesmo serem responsáveis por este quadro) acarreta em uma busca interminável por diversos médicos, com a solicitação de inúmeros exames complementares, e que na maioria das vezes, não são encontradas respostas satisfatórias. A adoção de medidas que levem em conta cada paciente de forma individualizada, é que determinarão o sucesso do tratamento.
Dr. Marco Antonio Gonçalves Pontes Filho
Clínica Médica e Reumatologia Clínica MOVE