Febre Amarela

Que doença é esta?

A Febre Amarela é uma doença infecciosa febril aguda transmitida por mosquitos e causada por um vírus do gênero Flavivirus, não é uma doença contagiosa e não se transmite diretamente de uma pessoa para outra.

Existem dois tipos de Febre Amarela, a silvestre e a urbana, a diferença entre elas é que a silvestre é disseminada pelos mosquitos Haemagogus e Sabethes, que circulam em matas, ou seja eles picam macacos nas regiões de mata, se infectam e transmitem a doença através da picada para pessoas que se encontram nestes locais. Já a urbana é transmitida pelo Aedes aegypti que se infecta picando uma pessoa contaminada e transmite através da picada para outra. Ou seja, nas duas formas da doença a única forma de transmissão é pela picada de um mosquito infectado.

E os macacos?

Os macacos não transmitem a doença, são apenas hospedeiros, e ajudam a detectar novas epidemias, na medida em que ficam doentes e “avisam” da possibilidade de surto naquele local.

Desde quando temos essa doença no Brasil?

A Febre Amarela foi responsável por um grande número de mortes entre o século XVIII e o inicio do século XX, com repetidas epidemias nas regiões tropicais da América do Sul e África, assim como surtos isolados em áreas da América do Norte, Caribe, e Europa.

No inicio do século XX o médico sanitarista Oswaldo Cruz conseguiu fazer com que a doença praticamente desaparecesse no Rio de Janeiro com suas ações de controle do vetor Aedes aegypti. A introdução da vacina contra a Febre Amarela no Brasil em 1937, com imunização em massa e o intenso combate ao vetor levaram a eliminação da doença nas áreas urbanas do País. O registro dos últimos casos de Febre Amarela urbana no Brasil é de 1942, no Acre, e a partir desta data só foram registrados casos isolados e epidemias com transmissão silvestre.

O que favorece o aparecimento da Febre Amarela?

A maior parte dos casos ocorre entre dezembro e maio, quando o vírus encontra condições mais favoráveis para sua transmissão, com elevadas temperaturas, aumento de chuvas e alta densidade de vetores. Hospedeiros e indivíduos susceptíveis somados a baixa cobertura vacinal também facilitam o aparecimentos das epidemias.

E o que está acontecendo agora?

Nos dias de hoje a Febre Amarela silvestre é endêmica na região Amazônica, ou seja limitada e esperada neste local, enquanto que na região extra amazônica são registrados epidemias ocasionais, quando existe um aumento importante do número de casos em um local inesperado. No ano de 2016 e 2017 tivemos uma grande epidemia em Minas Gerais e a partir do final de 2017 um surto epidêmico na região Metropolitana de São Paulo, nos municípios ao norte da cidade de São Paulo e nos distritos da zona norte de São Paulo.

Durante um surto de Febre Amarela silvestre os maiores objetivos são oferecer assistência hospitalar aos pacientes graves e vacinar em curto espaço de tempo grande numero de pessoas nos locais da ocorrência da doença e assim controlar a infecção evitando a expansão para áreas urbanas infestadas pelo mosquito Aedes aegypti.

Quais são os sintomas?

A Febre Amarela é uma doença com grande potencial de gravidade, podendo ser letal de 20 a 60% dos casos. O Período de incubação (tempo entre a picada do mosquito e o aparecimento dos sintomas) varia de 3 até 15 dias e os principais sintomas são febre, dor de cabeça, náuseas e dor muscular generalizada com inicio na região lombar. Os casos mais graves podem apresentar icterícia (pele e mucosas amarelas), vômitos, urina escura, sangramentos espontâneos e sonolência com diminuição da consciência.

O diagnóstico da doença, principalmente em períodos de epidemia se baseia no quadro clínico com alguns exames de sangue que são de simples realização e podem ajudar na suspeição da doença. A confirmação definitiva da Febre Amarela ocorre com o exame de sangue especifico (sorologia e  detecção viral – PCR).

E a vacina? Devo tomar?

A vacinação é a melhor medida de proteção contra a Febre Amarela, e deve ser aplicada em todas as pessoas em área de risco que não tem contraindicação para a vacina, com idades entre 9 meses a 60 anos.

A Vacina está disponível em unidades básicas de saúde, ambulatórios de viajantes e clinicas privadas. Ela é eficaz e pode ser aplicada tanto na sua dose integral (0,5 ml), com validade para toda a vida, quanto na sua dose fracionada (0,1 ml), com validade de 8 anos.

As gestantes, mães amamentando, pessoas com mais de 60 anos e crianças de 6 meses até 9 meses, em geral não devem tomar a vacina, mas em momentos de epidemia este grupo pode ter a vacinação liberada.

Por ser uma vacina feita com o vírus atenuado, pessoas que apresentam algum problema de saúde que leva a baixa da imunidade, ou que tomam medicamentos que levam a imunossupressão, na maioria das vezes não podem tomar a vacina, e devem conversar com o seu médico para juntos tomarem esta decisão. A vacina é contra indicada para pessoas que tem alergia ao ovo de galinha e para pessoas com imunossupressão importante (por exemplo doenças reumatológicas graves, câncer em  quimioterapia ou transplantes de órgãos).

Podem ocorrer efeitos adversos com a aplicação da vacina, mas normalmente  são leves como dor local, vermelhidão local, dor de cabeça, dor muscular leve e febre baixa. Em raríssimos casos pode ocorrer a doença da Febre Amarela devido a aplicação da vacina.

As pessoas que não podem ser vacinadas devem evitar as picadas e podem utilizar repelentes em toda a área corporal exposta (com as substâncias DEET, IR3535 ou Icaridina) e utilizar roupas compridas e claras.

E para os viajantes?

A vacina da Febre Amarela é exigida para o ingresso em alguns países. Ela deve ser feita em sua dose integral e pelo menos 10 dias antes da viagem. O certificado internacional de vacinação é disponibilizado nos postos credenciados da ANVISA, basta levar o comprovante de vacinação. Para o grupo que não pode tomar a vacina existe o certificado de isenção da vacina, formulário que se encontra no site da ANVISA e pode ser preenchido pelo medico titular da paciente.

Dra. Beatriz Perondi
Pediatra e Médica do Esporte

A importância de prevenir a obesidade infantil

A prevenção da obesidade infantil inicia-se mesmo antes da concepção da criança.   

A preocupação com a alimentação saudável da família e a prática de atividade física devem ser desenvolvidas pelo casal logo que almejam ter filhos.

O hábito familiar pode influenciar o desenvolvimento da obesidade infantil. Pais com comportamento nutricional não adequado, que tendem a escolher alimentos ricos em gorduras e açúcares, e que são sedentários, influenciam diretamente no comportamento de seus filhos, estimulando os hábitos alimentares inadequados e induzindo o desenvolvimento da obesidade infantil.

A obesidade infantil é um dos maiores problemas de saúde pública da atualidade. A obesidade expõe as crianças a um desajuste social como bullying e complicações metabólicas semelhantes as do adulto como as doenças  cardiovasculares, resistência a insulina e doenças musculoesqueléticas. Sem intervenção, a doença tende a perpetuar para adolescência e na fase adulta.

Os dados atuais são alarmantes, a Organização Mundial de Saúde (OMS)  estima que 41 milhões de crianças abaixo dos 5 anos estão obesas ou com sobrepeso. Se tal crescimento  continuar, estima-se que teremos 70 milhões de crianças obesas em 2025![1]

A prevenção da obesidade infantil é a melhor estratégia para  desacelerar tal epidemia. Sabemos que tratar a criança obesa é sempre mais trabalhoso e resistente.

Se a mãe estiver com sobrepeso ou obesa, deve procurar aconselhamento médico e nutricional, mudar o estilo de vida e iniciar uma gestação com peso adequado.

Sabe-se que mães obesas podem, por modificações epigenética, estimular o desenvolvimento da obesidade no filho. O diabete gestacional, mais frequente em gestantes obesas, também pode exercer influencia no desenvolvimento de bebes com maior peso e com risco de obesidade infantil.  

Existem dados na literatura que descrevem experimentos em camundongos geneticamente predisposto à obesidade. Tais estudos observaram que a obesidade durante a gestação poderia alterar, no feto, o desenvolvimento de circuitos neuronais centrais, reguladores da ingestão alimentar, gasto energético e armazenamento da energia.

Devemos ter em mente que podemos influenciar o peso dos nosso filhos mesmo antes de sua concepção. Iniciar uma gestação com peso adequado, não engordar excessivamente durante o período gestacional, amamentar exclusivamente com leite materno e manter uma alimentação saudável são ações importantes para prevenir a obesidade infantil.  

[1] http://www.who.int/end-childhood-obesity/en/

Dra Sandra Mara F Villares
Médica endocrinologista
Clinica Move

 

Osteoporose e Densitometria Óssea

A osteoporose é uma doença metabólica sistêmica que acomete todos os ossos do corpo. Eles vão se tornando mais porosos e frágeis (ou seja, ficam com maior tendência a fraturas). Os ossos mais comumente fraturados são os do quadril, os da coluna vertebral e os dos punhos.

A perda de massa óssea, na maioria das vezes, é silenciosa e contínua. Não leva a sintomas que são facilmente identificáveis. O primeiro sinal de osteoporose pode ser uma fratura. Em alguns casos, pode-se encontrar também uma perda da altura como o único sinal de que uma pessoa tenha osteoporose (e apresenta fratura nos ossos da coluna vertebral). A doença pode acontecer em qualquer idade ou sexo, mas é mais comum em mulheres com mais idade.

Como é considerada uma doença silenciosa, os médicos devem orientar medidas para a prevenção e solicitar exames para o seu diagnóstico (quanto mais precoce, melhor). Fundamentada nos valores da densidade mineral óssea (DMO), a Organização Mundial de Saúde define osteoporose como T-score na DMO abaixo de 2,5 desvios-padrão (DP).

 

CATEGORIA DEFINIÇÃO
Normalidade T-score > – 1 DP
Osteopenia -1 > T-score > – 2,5 DP
Osteoporose T-score ≤ – 2,5 DP
Osteoporose Estabelecida T-score ≤ – 2,5 DP e pelo menos 1 fratura porfragilidade óssea

 

A densitometria óssea é o exame mais importante para diagnóstico, seguimento e investigação dos pacientes. Este exame utiliza um aparelho com a técnica dedupla emissão com fonte de raios X (conhecida como DXA), onde a massa óssea é descrita em valor absoluto (em g/cm2), T-score e Z-score. O T-score é utilizado para avaliar o risco de fratura em mulheres na pós-menopausa e em homens com mais de 50 anos. Já em crianças e adolescentes, nas mulheres na pré-menopausa e em homens até 50 anos é usado o Z-score.

É um teste rápido (em torno de 15 minutos) e indolor. É importante lembrar que mulheres com suspeita de gravidez ou grávidas não podem fazer o exame. Os locais geralmente avaliados são a coluna lombar total e a região proximal do quadril (tanto o colo do fêmur, como o fêmur total).

Densitometria Óssea

As indicações clássicas para realização da densitometria óssea são:

  • mulheres com 65 anos ou mais
  • homens com 70 anos ou mais
  • mulheres na pós-menopausa abaixo dos 65 anos
  • homens de 50 a 70 anos com fatores de risco
  • adultos com fraturas de fragilidade
  • adultos com doença associada à perda de massa óssea
  • adultos em uso de medicações associadas com perda de massa óssea
  • pacientes onde o início ou a troca da terapia farmacológica esteja sendo considerada
  • pacientes em tratamento, a fim de monitorar a eficácia da terapêutica.

Por isso é importante procurar o seu médico para que o diagnóstico seja feito o mais rápido possível.

Dr. Marco Antonio Gonçalves Pontes Filho
Clínica Médica e Reumatologia
Clínica Move

 

 

Mousse de Pêssego com Iogurte!

Para aproveitar uma das frutas da época: Mousse de Pêssego com Iogurte! É só bater um pote de iogurte sem sabor, um pêssego (de preferência orgânico, use a casca!) com melado ou agave (opcional) no liquidificador. Leve à geladeira ou ao congelador. 

O pêssego é uma fruta nativa da China, onde é considerado um símbolo de imortalidade e amizade. Tem baixo teor calórico, é rico em fibras, vitaminas e minerais (A, C, E, K, B3, ácido fólico, colina, ferro, potássio, magnésio, fósforo, selênio, manganês, zinco e cobre).  Melhora o funcionamento do intestino, fortalece o sistema imunológico, faz bem para a pele, tem função diurética e é rico em compostos antioxidantes!  Aproveitem!

Estímulo da prática de Atividade Física nas Crianças

Atualmente, a grande maioria das crianças e adolescentes não cumpre o mínimo de atividade física preconizado pelo Organização Mundial de Saúde, que são 2 horas por dia até 4 anos de idade e 1 hora por dia de 5 a 17 anos.

O aumento do risco de doenças coronarianas, hipertensão arterial, diabetes, obesidade e outras doenças crônicas que acometem os adultos hoje já sabemos que se deve em grande parte ao estilo de vida sedentário.

Muitas destas doenças têm seu início na infância, e o primeiro passo para a prevenção do desenvolvimento de doenças crônicas no futuro é o estimulo à atividade física (que consiste em qualquer movimento que resulte em gasto energético) e de exercícios físicos (uma sequência planejada de movimentos repetidos sistematicamente) com o objetivo de melhorar a capacidade aeróbia, a força muscular, a massa óssea, diminuir a porcentagem de gordura corporal, prevenir as doenças crônicas, alguns tipos de câncer e melhorar a capacidade de aprendizado.

  Não há dúvida que a infância e a adolescência são os períodos mais adequados para o início de atitudes e comportamentos saudáveis. Este é um período onde as crianças estão em processo de aprendizado constante, e, portanto, abertas a novos conceitos. É relevante que os pais, professores e pediatras que são as pessoas mais próximas delas tenham hábitos saudáveis de alimentação e atividade física, pois são modelos positivos e essenciais durante este processo de formação.

A prática de atividade física em família é prazerosa e um ótimo momento para estreitar os vínculos afetivos.

Dra. Ana Lucia de Sá Pinto
Pediatra e Médica do Exercício e Esporte
Clínica Move  

E aí, já sentou errado hoje?

Muitas pessoas não acreditam, mas sentar errado é a causa de muitas dores! Entre as campeãs: coluna (cervical, lombar ou torácica e até o cóccix), ombro e cefaléia tensional. Manter uma postura adequada enquanto estamos sentados é fundamental para não gerarmos sobrecarga nestas regiões e melhorar/prevenir dores.

E precisamos prestar atenção que sentar errado não necessariamente é no escritório ou no ambiente de trabalho, sentar errado pode ser enquanto dirige, enquanto almoça, enquanto assiste TV no sofá. Pequenos detalhes podem fazer muita diferença nesta nossa jornada de “sentar corretamente”. Pequenas mudanças no ambiente (cadeira, altura, distância da mesa…), mudanças na forma em que adotamos a postura (existem algumas dicas para sentarmos na posição correta sem esforço) e prestar atenção se ao longo do dia não vamos escorregando e perdendo a posição inicial adotada.
O nosso primeiro erro é achar que a postura correta é aquela em que a coluna está reta ou não, para isso muitas vezes forçamos as costas pra trás, para poder alinhar. A consequência disso será dor e incômodo na região. O grande segredo está em nossa base, no caso da postura sentada, a pelve. A posição dela é que manda, quando ela está alinhada, o resto “entra no lugar”. E detalhe, quem “nos sustenta” na postura é o abdômen!

O que é fibromialgia?

A fibromialgia é uma doença bastante comum na prática clínica diária. Caracteriza-se por um quadro de dor generalizada e de longa data. Com certa frequência, associa-se a outras queixas como fadiga e um sono não repousante. Os pacientes podem ainda referir uma variedade de outros sintomas, incluindo sensação de formigamento e inchaço em mãos e pés, alterações na memória, dificuldade na concentração e raciocínio, cólicas no abdome, ansiedade, humor deprimido, irritabilidade, dores de cabeça, tonturas e palpitações.

É uma doença que afeta mais as mulheres, e embora o quadro seja mais comum nos adultos, também pode acometer adolescentes e idosos.

Hoje em dia, define-se a Fibromialgia como um quadro de ampliação da sensibilidade aos estímulos periféricos, e que são interpretados pelo sistema nervoso central como dor. Não existem alterações importantes ao exame físico e os exames complementares (laboratoriais e de imagem) não mostram nenhuma alteração. É importante salientar que fato dos exames estarem normais,  não define ausência de doenças.

Diferentes estratégias terapêuticas podem ser utilizadas, tanto medicamentosa como não medicamentosa. Os principais objetivos do tratamento são diminuir a dor e melhorar a qualidade de vida dos pacientes.

O tratamento não medicamentoso inclui seguimento em conjunto com psicoterapeutas e exercícios físicos. O pacientes podem e devem fazer atividades aeróbias, alongamentos e fortalecimento muscular global. Para o tratamento medicamentoso, pode-se utilizar analgésicos, relaxantes musculares, antidepressivos e modulares da dor, com intuito de reduzir a dor e a fadiga, e melhorar o padrão do sono.

Um dos grandes desafios diante das queixas e dos sintomas presentes é o reconhecimento da doença. O fato de não se pensar no quadro clínico (e também de outras doenças que podem co-existir ou até mesmo serem responsáveis por este quadro) acarreta em uma busca interminável por diversos médicos, com a solicitação de inúmeros exames complementares, e que na maioria das vezes, não são encontradas respostas satisfatórias. A adoção de medidas que levem em conta cada paciente de forma individualizada, é que determinarão o sucesso do tratamento.

 

Dr. Marco Antonio Gonçalves Pontes Filho
Clínica Médica e Reumatologia Clínica MOVE

Precisa de Ajuda?