Para entender sua dor é importância avaliar seu movimento

Para entender sua dor é de extrema importância avaliar seu movimento. Para explicar melhor o por quê disso, resolvi pedir a ajuda de alguns colegas e falei para eles pegarem uma garrafinha que estava no chão, não disse mais nada, apenas filmei!

 

 

O que podemos ver, a partir das imagens, é que um mesmo movimento (neste caso, o de agachar) pode ser executado de MUITAS formas diferentes. Quer mais uma prova?! Observe algumas pessoas andando ou correndo no parque, cada uma possui um padrão. Isto acontece, pois, para o cérebro, o que importa é se você CUMPRIU A FUNÇÃO (neste caso, pegar a garrafa) e não a FORMA COMO você executou o movimento. O grande problema é que para o corpo, ou seja, para o músculo, articulação, osso (…), importa SIM a forma como executamos o movimento, pois dependendo da forma com que executamos o movimento podemos gerar mais ou menos sobrecarga para determinadas regiões do corpo.

Como o cérebro é quem manda, mesmo gerando sobrecarga, continuamos executando os movimentos da forma que estamos acostumados. Entender e identificar estas diferenças no movimento é bem fácil quando as alterações são grandes, por exemplo, é nítido identificar a diferença do agachamento entre as mulheres e o rapaz. É fácil de identificar e corrigir. Mas, o problema é quando essas diferenças e erros são sutis e imperceptíveis para olhos menos treinados (talvez nem todos enxerguem de primeira a diferença no agachamento entre estas mulheres). Um agachamento onde o paciente começa o movimento pela flexão de tronco, quadril ou joelho vai ditar se ele vai sentir mais dor na coluna, joelho ou se conseguirá realizar normalmente. Estes detalhes são extremamente importantes de serem corrigidos, mas poucos prestam atenção nisso ou tem a capacidade de identificar. Para de fato eliminarmos a sobrecarga e, por consequência, eliminar e/ou prevenir a dor é necessário ficar atento e entender o que está acontecendo, qual a forma com que o cérebro escolheu para se movimentar e quais músculos ele está recrutando, pois estes detalhes fazem toda a diferença.

Entrevista Dra. Milene Ferreira na Band

Que tal dicas para ‘se manter no corpinho’ e ter mais qualidade de vida, no seu dia a dia? A Doutora Milene Ferreira participou do programa “Com que corpo eu vou” falando um pouco de escolhas e hábitos simples, que nos ajudam no bem-estar diário.

Em um dos pontos mais interessantes da entrevista a Dra. Milene Ferreira fala do envelhecimento como um privilégio e o poder das escolhas simples para um envelhecimento com bem-estar como: a atividade física regular, a alimentação adequada, cuidados com os pés e com a postura.

Confira a entrevista completa.

 

 

Dor por disfunção da articulação sacroilíaca

Você sabia que dor na articulação sacroiliaca é causa importante de lombalgia no atleta?

A articulação sacroiliaca conecta a coluna lombar ao osso da bacia. Ela depende bastante dos seus ligamentos para exercer a sua função. Cerca de 10 a 30% de todas as dores lombares são geradas por alterações nessa articulação.

Os atletas que executam movimentos de repetição no quadril, com cargas assimétricas, como chutar ou girar com uma perna só, são mais susceptíveis a esse tipo de lesão. São esses o futebol, as ginásticas, o basquete, o golfe, o levantamento de peso e mesmo na academia de ginástica, os usuários de máquinas de elíptico ou escadas.

O sintoma principal causado por essa disfunção é, em geral, dor na parte mais baixa da coluna, na região do glúteo, o que dificulta o paciente em se manter em uma posição confortável. A dor sacroiliaca pode ser confirmada quando o médico executa alguns testes específicos durante o exame físico. Esses testes são mais sensíveis que os exames de imagem. Estes últimos servem mais para afastar outros diagnósticos, como infecção, reumatismo e tumor. Em alguns casos, é feita a injeção intra-articular de anestésico para se confirmar que o foco da dor é a articulação sacroiliaca.

O tratamento consiste em uma combinação que implica em uso de medicamentos e uma reabilitação fisioterápica bem direcionada. Em geral os atletas com disfunção sacroilíaca apresentam muita contratura nos músculos responsáveis pela rotação do quadril e uma fraqueza nos músculos responsáveis pela extensão da coxa. Esses desbalanços musculares precisam ser corrigidos no processo da reabilitação. É fundamental fortalecer os músculos estabilizadores do tronco. Além disso, é fundamental que o médico do esporte identifique erros no gesto esportivo ou na biomecânica no atleta que possam estar promovendo a manutenção da lesão. É muito raro estes atletas precisarem de cirurgia.

A liberação para voltar aos treinos acontece quando por volta de 75% da força e função muscular tenha sido recuperada.

Dra. Fernanda R. Lima
Reumatologista e Médica do Esporte

Exercício é remédio – Mas qual é a dose certa?

O exercício físico tem sido preconizado como remédio pela American College of Sports Medicine por meio da campanha “Exercise is Medicine”.  Na verdade, com tantos benefícios que ele pode ocasionar desde a melhor disposição para execução das tarefas diárias, redução de fatores de risco para doenças cardiovasculares, como hipertensão, obesidade e dislipidemia até com benefícios comprovados no humor, podemos considerá-lo uma polipílula.

Mao que se entende por atividade física?

Podemos considerar atividade física, por definição, qualquer movimento corporal produzido pela musculatura e que tenha como resultado o gasto energético, como caminhar, lavar louça e subir escadas.

Qual a dose recomendada para obtenção dos inúmeros benefícios causados pela atividade física?

O American College of Sports Medicine e a American Heart Association, entidades especializadas em saúde do coração e medicina esportiva, recomendam a prática de atividade física aeróbica de moderada intensidade (caminhada, andar de bicicleta, nadar) por no mínimo 30 minutos, cinco vezes por semana, ou atividade aeróbica de maior intensidade (corrida, jogar tênis) por 20 minutos, três vezes por semana. Esses exercícios devem ainda ser complementados por exercícios que mantenham ou aumentem a força muscular duas vezes por semana.

Parece muito, não é? Mas essas atividades não precisam ser executadas de forma continua. Se você realizá-las em blocos de 10 minutos também serão válidas para que não seja considerado sedentário e para que obtenha benefícios.

Outras estratégias úteis são aquelas capazes de tornar o seu dia a dia mais ativo. Vários estudos demonstraram que o tempo que permanecemos sentados, independente de sermos pessoas ativas, também é prejudicial e relacionado a doenças como diabetes e hipertensão arterial. Medidas simples como usar mais as escadas no lugar do elevador ou das escadas rolantes, utilizar menos o carro para pequenas distâncias  e até mesmo levantar-se por alguns minutos a cada hora sentada já podem ser contabilizadas a seu favor.

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Com todos esses benefícios e conhecimento por que é tão difícil sair do sedentarismo?

O sedentarismo está presente entre 45,9% da população brasileira, segundo o ministério do esporte, em pesquisa realizada no ano de 2013, com mais de 8.000 participantes. Isso representa 67 milhões de pessoas. E o que mais impressiona é que a grande maioria que não pratica tem consciência dos riscos da vida sedentária. Apenas 16.9% não sabem dos riscos. Os motivos para não realização variam desde a falta de tempo até o simples fato de não gostar.

Mas por que isso acontece? Quando falamos de atividade física estamos falando de comportamento. Mudar comportamento e hábitos envolve além do  conhecimento. É preciso estar disposto para a realização das mudanças.

Esses dados não devem ser motivo para desistirmos. Para que as mudanças possam acontecer devemos ser persistentes e iniciá-las com metas possíveis de serem alcançadas.

Aos médicos cabem medidas simples, como a abordagem a cada consulta e a prescrição do exercício em receituário, conscientizando o seu paciente de que o exercício deve ser encarado como um tratamento.

Aos indivíduos cabe a conscientização de que pequenas mudanças no dia a dia podem determinar a saúde que se pretende estar com o passar dos anos: várias pílulas para tratar doenças ou uma polipílula capaz de evitá-las!

Dra Luciana Janot
Cardiologista

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